27 de junho de 2008

Novo contributo: a equipa cresce


No tempo da canícula o espírito ferve, a alma destila e o corpo derrete-se: quem há-de, pois, trabalhar com tino? Trabalho? Só pensar nesse não é pouco desatino e a mente esmorece. É um fado, é um lamento da saudade da Primavera em flor que em fruto pesadamente maduro transformou o destino.

Gostaria de ter as coisas mais bem organizadas: aqui, no Tremontelo, tenho um pouco de tudo. Continuei ali, no Sítio, no Lugar, na Estória, a escrevinhar umas pilhérias... mas cheira-me tudo a desorganização de monta. Um pouco escondidas, dão em esquecidas. Nenhum leitor para comentar, para dizer o que dizem os comentadores, nem que seja como a dona Tela, que mudou de perfil, mudou de paradigma, mudou de penteado, ou de cenário ou de gato, melhor fora mudasse de camisola azul que de entalada virou gasta.

No tempo da canícula o corpo derrete-se, a alma destila e o espírito febre: febrilmente fébrido o espírito não cala, não consente. O humor é gélido, e a carne fraca desgordura-se em biocombustível, pão que sai da boca do pobre para enriquecer a mistura do carburador. Nosso Senhor que andou numa terra santa já não sabe se é judeu ou palestino. Isto não tem nada a ver com ele, comigo ou contigo: é pura obra cega do destino!

Bem jeito me dava o bom de Gervásio, mas desde que a senhora que sabemos lhe deu volta ao miolo e o pôs num desatino, bom era vê-lo, que só se vê a figura desengonçada do mastronço num virote, ai agora não me dá jeito que vou ao Porto, e tenho que ir à Régua a ver se fecho um contrato para um evento neste Verão, e outras evasivas que tais, e eu não vejo contratos nem gervásios, que, caso existam, carecem de ser comprovados pela demonstração ontológica da sua existência.

No tempo da canícula abre-se o poro da pele que destila a sua essência.

Vi-me assim compelido a aceitar a proposta da Patanisca Sardenta, a "résolument très sensuelle et très féminine" sobrinha do Gervásio que já, há tempos consideráveis, me andava a aliciar, entre outras coisas, para participar no blogue. Insistência não falta à lambisgóia, que tem os mesmo dotes obsessivos da arrumação do tio. Vem portanto trabalhar connosco, melhor comigo, que o tio, esse deve a andar na apanha do vinho do Porto. E para quem pense que eu não percebo de vindimas que estou deslocado no tempo, devo esclarecer que se tratam de outras vindimas e de outras castas. "Para lá do Douro - adaptando à cultura financeira socrática - mandam os do Tesouro"!

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8 Comentários:

At 30/06/08, 11:22, Blogger Teresa Durães comentou...

que a patanisca seja bem vinda!

 
At 30/06/08, 21:05, Blogger dona tela comentou...

Estudei o acordo ortográfico.

Boa semana é o que lhe desejo.

 
At 02/07/08, 12:13, Blogger poetaeusou . . . comentou...

*
patanisca sardenta ?
é o platão ou o compaio ?
,
abçs,
,
*

 
At 04/07/08, 14:56, Blogger dona tela comentou...

Sou mesmo uma alma sensível.

Muitos cumprimentos.

 
At 07/07/08, 12:36, Blogger dona tela comentou...

Vou ali e já volto.
Beijinhos.

 
At 11/07/08, 08:30, Blogger Patanisca comentou...

Por onde andas, Perdido? :D
Voltaste à Líbia? :)

 
At 12/07/08, 02:35, Blogger bettips comentou...

Passeia-se entre as ervas altas do pensamento e diz-se olá!

"A primavera vai e volta sempre,
a mocidade vai não volta mais",

isto a propósito da "patanisca" aparecida.
Bjinho

 
At 12/07/08, 12:18, Blogger Rosa dos Ventos comentou...

Pois acabei de conhecer a Patanisca e gostei, aliás adoro pataniscas, só que já não são como eram...
Esta deve ser mesmo das "gostosas"!

Abraço

 

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