23 de junho de 2014

No limiar do verão

O verão instalou-se novamente nos anos da nossa vida, mas, desta vez, veio acompanhado de tempestades tropicais. Estação a suceder-se a estação, simulacro de Via Sacra. Nada acontece: Ontem, o encontro de velhos companheiros de empresa. Já extinta como pedem os tempos, não fora a lembrança que a retirou dos escombros. As empresas nada são, apenas marcas. As pessoas empreendem, fazem-se coisas, a obra aparece. Depois há os tiques de cada um. São como vozes que procuram concertar. Dá-se a isso o nome de cultura de empresa. O que sobra, ao fim de alguns tempos, são sempre e ainda os tiques de cada um que, no reencontro, esperamos confirmar. Porque nada de novo acontece. Hoje, o mundial, a desesperante humilhação de um país que teima em pensar-se grande na teimosia da sua pequenez. Chovera, quase toda a manhã. É mais que certo que, amanhã, choverá. E nesta certeza de que o tempo vai ser incerto, é tempo de nos adaptarmos às incertezas dos tempos que virão.

Em trânsito por Lisboa, a 22 de Junho.