15 de agosto de 2010

Coçar-me ad libitum

A comichão de existir persegue-me e apenas existo porque me comicho. Por mais que me coce, não atino com o segredo da existência. Parece que tudo se resume a este mal-estar que me leva a coçar-me compulsivamente.

Descartes, enquanto se coçava, pensava. Parece que foi esse o seu erro, dizem! Mas não era parvo de todo: pensar não leva a nada, mas alivia as comichões ... na medida em que distrai.

Tenho alturas em que penso ... penso, medito, cogito, tergiverso, elocubro, confabulo. E daí? Dizem que não vem mal ao mundo. Nem bem, dizem os cépticos e os agnósticos e os que não têm tomates para se decidirem. Sei que não é por pensar que existo. Sei muito bem que penso para me distrair desta comichão de existir. De outra feita, só teria como saída limpar o sarampo ao pelo, ou lá como se diz ... porque é no dizer que está o ganho!

1 Comentários:

At 15/08/10, 21:21, Blogger magix comentou...

Lá tomates tens tu. Tu e o tremontelo: porque não admitir que esse é um dos segredos da existência? E que também tem a virtude de distrair da tal comichão persistente, a tal que só serve para fazer com que o pensamento se distraia...? Complicações escusadas, comichões complicadas, e não avancemos com os trocadilhos...

 

Enviar um comentário

<< Página inicial