entre o génesis e o êxodo, os prós e os contras do peixe estragado
Andei para aí a feriandar o corpo-de-deus e deu-me para ir até à costa atlântica nas margens de Sintra. Foi passeio de ir e vir com almoço pelo meio. Como a crise já expôs as suas chagas através das taxas do desemprego, o peque (metafisicismo aportuguesado e vulgar do PEC) sintomatiza-se na infrequência dos restaurantes. Consequentemente, a qualidade da confecção e dos alimentos segue a tendência do governo do estado-nação para desinvestir, numa inédita convergência das anemias pública e privada. Quem pagou foi o meu corpo que, não tendo o dom da incorruptibilidade do homenageado do dia, ficou pútrido e malcheiroso. Caiu-me um tal ácido nas profundezas das entranhas que logo os seu eflúvios subiram, etéreos e maldosos, ao cocuruto da formação esférica que me pende sobre os ombros.Tal disposição presta-se à criatividade: peguei nas minhas obras inacabadas - um intrincado romance sobre os deuses e os homens através da leitura do pentatêuco - e acrescentei-lhe mais alguns inacabamentos.
São momentos de inspiração. Agora só dá para continuar depois de assistir ao media circus de segunda à noite na um. Aí sim: os torcicolos mentais vão disparar o demónio criativo e desacabar no infinito, em explosão de fogos artificiais, a minha catedral inacabada.
4 Comentários:
Se calhar ver os directos da AR têm o mesmo efeito...
:))
Bom fim de semana, longe do peixe estragado (se bem que este acidente te levou a escrever coisas bem frescas:)
Beijos
As crises(pessoais e as outras) sempre serviram aos artistas para melhor revelarem as suas inspirações e expirações!
Que 2ª-feira seja um dia de muitos acrescentos no teu romance:)))
Aí está a confirmação do caos...!
Segui-te do blogue da Betty, estimo suas melhoras.
;)
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