25 de abril de 2010

não

por muito que os teus afectos
se tornem nos ramos ressequidos
daquela árvore
desprezada
________e____________
te mostram com indiferença
estares a mais
aqui

pega na raiva que se te colou
no peito
e em todo o ranço da desilusão
bate o pé com firmeza
e diz bem alto
que não

se achares que fizeram de ti
o seu estereótipo de companhia
ou achas que te colaram ao rótulo
que fizeram para ti
ou que cercaram o teu sorriso
num caixilho de plástico

pega na raiva que se te colou
no peito
e em todo o ranço da desilusão
bate o pé com firmeza
e diz erguendo alto o punho
que não

se desconfias que no lugar da identidade
te vão implantar os germes do vazio
ou as raízes do
isolamento

pega na raiva que se te colou
no peito
e em todo o ranço da desilusão
bate o pé no solo
com firmeza
e grita firmemente
que não

e se distorcerem as tuas palavras
para te apanharem contradições
e te taparem a boca
a pretexto de que bebeste
ou de que a tua diferença incomoda
ou consideram demasiada a tua idade
para o direito a opinares

pega em toda a raiva e desilusão
e faz-te ao caminho
sobe ao alto da montanha
levando só contigo
a saudade da infância

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3 Comentários:

At 30/04/10, 13:53, Blogger Rosa dos Ventos comentou...

Já não tenho forças para subir à montanha! :-((

Abraço

 
At 01/05/10, 15:09, Blogger Justine comentou...

Um grito cheio de força e raiva!E mesmo no alto da montanha se pode continuar a gritar que não!!

 
At 13/05/10, 11:42, Blogger MagyMay comentou...

Andei por aqui, a "vasculhar-te"...

 

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