(detestto francês, não entendo, a minha mãe, prof de francês, massacrou-me tempo a mais. Essa Teresa Durães é uma metediça... francamente)
o Google deu-me isto em inglês e o meu arranhado francês foi percebendo (à moda Alentejana):
"The greatest weakness of the Thought is to be unable to produce its Desire
It also goes from there for the Word which is driven in its words: But, it owes its effective with the solicitude of its means; until it can violate the secrecy of the coexistence of the alive ones. This violence is always exceeded with oneself: because it is delivered a will which goes beyond its gasoline
It is almost impossible to fix its future. Two directions are driven in ours horizon. One comes near us and sublimates us; the other goes up, behind us and in spite of us, towards the Other, the Paddle of Spring"
- Não li gasolina em lado nenhum ahahahah
Duras tem a capacidade de nos desarmar: de me desarmar. Intimista na escrita. Dizia que não mostrava o que escrevia aos seus amantes; estes eram ciumentos com as suas personagens e nada tinha com o seu eu interno. Sempre achei deliciosa esta parte. Penso que a maioria das pessoas quando conhece o escritor tenta ver o que não está lá (e torna-se uma grande maçada)
No livro "O amante", talvez o que mais gostei, a sua nudez como pessoa pensante(não quero saber se pensou, sentiu, viveu o que escreveu - isso é dela, só dela e ela que viva com os seus fantasmas como todos nós - bom, já morreu, adiante) arrepia.
Infelizmente alguém ficou com o meu livro e não o pude reler...
Admiro a escrita dela - violenta emocionalmente.
Sempre me fascinei por escritores intimistas. Os que meditam, expõem e encaram as hostilidades simplesmente escrevendo. São todos de um pós-guerra qualquer, normalmente. Já perderam o que tinham a perder. Agora para além do inicial deprimido Paul Auster (que se modificou, não devia vender) é difícil encontrar alguém como a Duras, Hess, D.H. Lawrence, Remarque, Mishima, Camus (bom, não diria que este é intimista, adiante). Vasculho a livraria à procura dele(a). Encontro o vazio, o grito do vazio. Não sei se ando na parteleira errada.
Duras, na violência e crueza das suas palavras arrebata. Ficar indiferente à torrente que transborda, na minha opinião, é difícil
Onde anda o desejo?... Não onde anda ele no mundo, ou em nós, mas onde aparece no meio das coisas que sentimos, pensamos e dizemos? Algures entre o sentir o pensar, sim... O pensar os sentimentos, claro. E esses - os sentimentos - talvez já de si entre as sensações e o pensamento!? E a palavra... Bem, essa é estrangeira, a menos que os sentidos a entendam. Quantas vezes a sombra, como na Alegoria da Caverna; retrato empobrecido e desviado do fogo que a alimenta. Outras, a vangloriosa força que afirma, confirma e firma. Outras ainda, um diabo, que castra, castiga e mata... E é então que o desejo não fica em lado nenhum. Melhor: talvez na memória, mas apenas, e de novo, mera sombra do que foi. Na palavra ele não fica. Ele enche a palavra que o esvazia.
Desculpa, lembrei-me disto.
E, afinal, eu vinha aqui apenas dizer algo a propos das "palavras à transparência":
Tu não te perdes nas "ligações"; tens densidade. E se os seres simples se tornam transparentes por não saber melhor, já os seres densos são-no porque e quando o querem, tirando partido disso.
2 Comentários:
(detestto francês, não entendo, a minha mãe, prof de francês, massacrou-me tempo a mais. Essa Teresa Durães é uma metediça... francamente)
o Google deu-me isto em inglês e o meu arranhado francês foi percebendo (à moda Alentejana):
"The greatest weakness of the Thought is to be unable to produce its Desire
It also goes from there for the Word which is driven in its words: But, it owes its effective with the solicitude of its means; until it can violate the secrecy of the coexistence of the alive ones. This violence is always exceeded with oneself: because it is delivered a will which goes beyond its gasoline
It is almost impossible to fix its future. Two directions are driven in ours horizon. One comes near us and sublimates us; the other goes up, behind us and in spite of us, towards the Other, the Paddle of Spring"
- Não li gasolina em lado nenhum ahahahah
Duras tem a capacidade de nos desarmar: de me desarmar. Intimista na escrita. Dizia que não mostrava o que escrevia aos seus amantes; estes eram ciumentos com as suas personagens e nada tinha com o seu eu interno. Sempre achei deliciosa esta parte. Penso que a maioria das pessoas quando conhece o escritor tenta ver o que não está lá (e torna-se uma grande maçada)
No livro "O amante", talvez o que mais gostei, a sua nudez como pessoa pensante(não quero saber se pensou, sentiu, viveu o que escreveu - isso é dela, só dela e ela que viva com os seus fantasmas como todos nós - bom, já morreu, adiante) arrepia.
Infelizmente alguém ficou com o meu livro e não o pude reler...
Admiro a escrita dela - violenta emocionalmente.
Sempre me fascinei por escritores intimistas. Os que meditam, expõem e encaram as hostilidades simplesmente escrevendo. São todos de um pós-guerra qualquer, normalmente. Já perderam o que tinham a perder. Agora para além do inicial deprimido Paul Auster (que se modificou, não devia vender) é difícil encontrar alguém como a Duras, Hess, D.H. Lawrence, Remarque, Mishima, Camus (bom, não diria que este é intimista, adiante). Vasculho a livraria à procura dele(a). Encontro o vazio, o grito do vazio. Não sei se ando na parteleira errada.
Duras, na violência e crueza das suas palavras arrebata. Ficar indiferente à torrente que transborda, na minha opinião, é difícil
Boas leituras!!
Onde anda o desejo?... Não onde anda ele no mundo, ou em nós, mas onde aparece no meio das coisas que sentimos, pensamos e dizemos? Algures entre o sentir o pensar, sim... O pensar os sentimentos, claro. E esses - os sentimentos - talvez já de si entre as sensações e o pensamento!? E a palavra... Bem, essa é estrangeira, a menos que os sentidos a entendam. Quantas vezes a sombra, como na Alegoria da Caverna; retrato empobrecido e desviado do fogo que a alimenta. Outras, a vangloriosa força que afirma, confirma e firma. Outras ainda, um diabo, que castra, castiga e mata... E é então que o desejo não fica em lado nenhum. Melhor: talvez na memória, mas apenas, e de novo, mera sombra do que foi. Na palavra ele não fica. Ele enche a palavra que o esvazia.
Desculpa, lembrei-me disto.
E, afinal, eu vinha aqui apenas dizer algo a propos das "palavras à transparência":
Tu não te perdes nas "ligações"; tens densidade. E se os seres simples se tornam transparentes por não saber melhor, já os seres densos são-no porque e quando o querem, tirando partido disso.
Cordial abraço.
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