Bom...nunca mais digo que volto no dia a seguir. Coisas do tempo que passo a vida a mondar e coisas do tempo que aproveita para me ceifar a mim.
Do texto digo apenas que gostei muito. Das palavras, que me são familiares que também já passei muito tempo de gadanha nas mãos em comunhão com as ervas. Há lá coisa melhor para tratar cansaços do pensamento do que entrar pelo aroma do prado adentro...
Estas coisas vai a gente pensando enquanto vai lendo de como Perdido fez amizade com um ser coaxante. Espero que a conversa tenha sido interessante. Foi com certeza que não é qualquer um e a todo o instante que se esbarra na esfinge do Nilo...!
Monda-se no Alentejo. A norte ceifa-se mais. A culpa é mesmo dos cereais que teimam em nascer mais a sul. O sol teima em dar-lhes vida e a humidade lá norte norte não lhes faz bem à alma. Sim, para além da rã a plantas também a têem. Digo eu que conversava com elas em criança. Ou tiveram, não confirmo. E as rãs serviam de motivo para enfiar os corpos nos tanques das águas lamacentas. Que há no norte pois para sul o sol teima em fazê-la evaporar e mesmo assim não chove.
Bem visto, Clara Hall, que são coisas do tempo o mondar, ceifar, esgaravatar, colher... Que é o que o tempo nos faz para que se cumpra o destino marcado nas sementes que já fomos. Enquanto a coisa passa e não passa, gadanha numa mão, clépsidra na outra, acostumei-me a divagar perdido no labirinto dos pensamentos. É nos entrementes que falo com a bicharada, que é este falar a pensar, falar sem palavras. Quando retorno ao recolhimento do escritório a memória vem ao texto, este tecido de palavras tecido.
É agora, prometo, que vou aos frémitos, desafio aceite.
E queria dizer uma palavra à Teresa Durães (que poderia resumir em duas ou três, LOL):
A dicotomia Norte-Sul não me parece tanto a identificação de um país, mas uma visão acutilante de supersónica ave migradora. Venham mais dessas visões. Gostei de enfiar o corpo nas águas lamacentas. Uma vizinha contou-me há dias que assim tinha encontrado o filho de 17 meses numa poça lamacenta. Já que estava todo sujo, e demonstrando um gozo indescritível, assim o deixou ficar a refastelar-se por uns tempos. Ai, quem me dera ter outra vez 17 meses!
Agora uma pergunta à queima-roupa: como vieste aqui parar, porque veredas te meteste, a que peregrinos ouviste falar deste modesto blog?
6 Comentários:
Bom...nunca mais digo que volto no dia a seguir. Coisas do tempo que passo a vida a mondar e coisas do tempo que aproveita para me ceifar a mim.
Do texto digo apenas que gostei muito. Das palavras, que me são familiares que também já passei muito tempo de gadanha nas mãos em comunhão com as ervas. Há lá coisa melhor para tratar cansaços do pensamento do que entrar pelo aroma do prado adentro...
Estas coisas vai a gente pensando enquanto vai lendo de como Perdido fez amizade com um ser coaxante. Espero que a conversa tenha sido interessante. Foi com certeza que não é qualquer um e a todo o instante que se esbarra na esfinge do Nilo...!
Bom fim-de-semana.
:))
Olá
para desejar bom fim-de-semana e dizer que tens um desafio nos Frémitos.
:)
Monda-se no Alentejo. A norte ceifa-se mais. A culpa é mesmo dos cereais que teimam em nascer mais a sul. O sol teima em dar-lhes vida e a humidade lá norte norte não lhes faz bem à alma. Sim, para além da rã a plantas também a têem. Digo eu que conversava com elas em criança. Ou tiveram, não confirmo. E as rãs serviam de motivo para enfiar os corpos nos tanques das águas lamacentas. Que há no norte pois para sul o sol teima em fazê-la evaporar e mesmo assim não chove.
boa tarde
Bem visto, Clara Hall, que são coisas do tempo o mondar, ceifar, esgaravatar, colher... Que é o que o tempo nos faz para que se cumpra o destino marcado nas sementes que já fomos. Enquanto a coisa passa e não passa, gadanha numa mão, clépsidra na outra, acostumei-me a divagar perdido no labirinto dos pensamentos. É nos entrementes que falo com a bicharada, que é este falar a pensar, falar sem palavras. Quando retorno ao recolhimento do escritório a memória vem ao texto, este tecido de palavras tecido.
É agora, prometo, que vou aos frémitos, desafio aceite.
E queria dizer uma palavra à Teresa Durães (que poderia resumir em duas ou três, LOL):
A dicotomia Norte-Sul não me parece tanto a identificação de um país, mas uma visão acutilante de supersónica ave migradora. Venham mais dessas visões. Gostei de enfiar o corpo nas águas lamacentas. Uma vizinha contou-me há dias que assim tinha encontrado o filho de 17 meses numa poça lamacenta. Já que estava todo sujo, e demonstrando um gozo indescritível, assim o deixou ficar a refastelar-se por uns tempos. Ai, quem me dera ter outra vez 17 meses!
Agora uma pergunta à queima-roupa: como vieste aqui parar, porque veredas te meteste, a que peregrinos ouviste falar deste modesto blog?
Volta sempre.
pela Clara hall :)
ehehheh
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