A segunda morte de Sócrates
O grande filósofo dedicou a vida a fazer chegar ao cidadão comum o conhecimento filtrado pelo crivo da razão. Cumpria essa actividade através do diálogo, através de um método curioso, a maiêutica, ou arte de apoiar o parto (diz-se que inspirado na profissão da mãe, que era parteira), o qual consistia em ajudar o interlocutor a descobrir a verdade por ele próprio sem ter que ser persuadido do exterior pela força ou pela autoridade de outrem.Sócrates propôs um programa filosófico cujas ideias desafiavam o funcionamento da sociedade grega granjeando assim muitos inimigos, sobretudo ao nível da aristocracia. Criticou as tradições e os costumes anquilosados que faziam a sociedade grega inadaptada e incapaz de realizar progressos. As suas ideias inovadoras deram-lhe uma grande popularidade sobretudo entre os mais jovens, ansiosos por grandes mudanças.
É dele a máxima, “É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal”.
No auge da popularidade, e temendo que o movimento provocasse uma reviravolta na sociedade e nos bons costumes da época, as elites conservadoras entregaram-no aos juízes acusando-o de subverter a ordem social, corromper a juventude e pretender provocar mudanças na religião oficial.
Foi condenado a suicidar-se bebendo na prisão um chá contendo o forte alcaloide do conium maculatum, a cicutina.
Passados 24 séculos um sábio do mesmo nome, ou, quem sabe, o próprio em resultado de uma metempsicose mal sucedida, procurou secundar o modelo inicial. O seu programa teve imediata adesão da maioria dos cidadãos, sobretudo dos mais jovens, desejosos de dar uso ao seu potencial de inovação e de empreendimento.
Mas, ou porque não tivesse o jeito para o diálogo com os seus concidadãos, dando ares de superioridade e de arrogância, ou porque se atrapalhasse na execução do programa, remendando-o e voltando atrás em cada dificuldade, o certo é que acabou por se isolar e perder um a um os seus apoios.
Os interesses eram muitos e muito poderosos e ninguém queria a mudança. Apesar de avisado, Sócrates era muito orgulhoso e teimoso e tinha o mau hábito de imitar uma personagem de um filme de cowboys americano chamado “o-ministro-da-informação-do-iraque”.
Um dia descobriu que estava realmente só e isolado da realidade. Não esteve para meias medidas e condenou-se ao suicídio inspirando, num avião, o alcalóide da nicotiana tabacum, a nicotina.
Etiquetas: cicuta, morte, outras vidas, Rectângulo, Socrates
8 Comentários:
*
a nicotina,
pode matar o nosso ///// ?
,
coitada da nicotina,
,
saudações
,
*
eheheheh bem escrito!
Sinceramente, acha que o meu blog é pimba?
Muitos cumprimentos.
optou p´la terminação
que não tem efeito imediato
será que da mesma governação
vamos ter mais um mandato?*
*Os amantes da nicotina e da filosofia, esfregariam as mãos de contentes...
Haja alegria por aqui também.
PORQUE SIM !
E PORQUE SIM !
SUGIRO-LHE O GAMNAA!
VISITE-NOS!
COMENTE-NOS!
Não acredito. A história não se repete. E o outro não se chamava José, pois não?
às tantas lemos 'ciputa' em vez de 'cicuta'.
desculpe lá mas somos um tanto ou quanto iletradas mas gostámos de ler esta sua história.
LouLou + NiNi
Enviar um comentário
<< Página inicial